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PENSANDO DENTRO DA CAIXA!

Como fazer a diferença fazendo diferente!

Olá,  meus amigos!! Hoje venho mostrar para vocês um dos maiores e preferidos projetos da minha vida: “Thinking Inside the Box” (TIB). O TIB é uma plataforma de conteúdo (disfarçada de kit de ferramentas) que ajuda você a expandir sua caixa de “problemas”, te tornando capaz de entender o que você, sua equipe ou negócio precisa desbloquear, e mostra infinitas e diferentes maneiras de fazer isso… Portanto, ampliando também a sua “caixa” de solução!” [Oh cara, do que ele está falando?].

Não se preocupe!! Explicarei melhor para você.

Texto Original em: medium.com


https://gogd.in/thinking-inside-the-box

Mas me conta: como ele foi criado?

Há algum tempo uma grande empresa nos pediu para criar um programa de Inovação Aberta com um Learning Management System (LMS), que era basicamente uma plataforma onde precisávamos, entre outras coisas, ajudar qualquer empreendedor, equipe, negócio ou startup a acelerar seu próprio negócio. ideias… parece simples, certo? Mas não é!

Imagine criar uma experiência de aprendizagem de aceleração onde você precisa ajudar tipos de perfis profissionais muito diferentes — desde um empreendedor que quer abrir seu 1º negócio próprio até uma startup bem estabelecida, operando e com alguns investimentos… parecem ser duas jornadas bem diferentes, não é? E é mesmo!!


Diferentes estágios de Negócios Inovadores (Grand Designs Inovação)

Além disso, não precisamos ser muito espertos para entender que, devido à quantidade de diferentes perfis existentes e sem nenhum briefing prévio, seria quase impossível criar um caminho de aprendizagem que não só fosse capaz de ensinar e/ ou ajudá-los a atingir seus objetivos de aceleração de seus negócios, mas que também mantivesse todos engajados ao fazê-lo. Quando estávamos no processo de design, podíamos sentir o cheiro de uma falha catastrófica devido à incapacidade de engajar nosso público a quilômetros de distância. Sem considerar também o nosso desafio de criar muitas jornadas de aprendizagem diferentes…

Acredito que não é preciso falar que adoramos um desafio difícil, certo? Quando dizemos que seria quase impossível cumprir o objetivo de ser não apenas GENÉRICO E ESPECÍFICO ao mesmo tempo, mas também ajudá-los a APRENDER E SER ENTRETENIDOS (ou engajados).

[Oh cara, isso parece realmente impossível…] “E é…”

Mas por quê?

Porque estamos falando de dois pares de paradoxos (ou contradições) conhecidos que envolvem este sistema e, segundo muitos especialistas das teorias de gestão da complexidade, os paradoxos são impossíveis de resolver. No entanto, eles podem ser melhorados ou aliviados de alguma forma. Isso soa um pouco como o processo de inovação, não é? E é exatamente sobre isso que quero falar neste artigo: como projetar para a inovação nos dias de hoje e… quais ferramentas podem ser utilizadas para isso?


O que é o Programa de Aceleração Thinking Inside the Box

Design Expansivo

Na altura que tivemos este desafio, liderado pelo meu amigo e mentor Frederick van Amstel (2015), que já era um (ou “o”) pioneiro em #expansivedesign, sabíamos que precisávamos criar uma espécie de jogo para podermos ser bem-sucedidos. Então, foi exatamente isso que fizemos! Porém, antes de explicar como este jogo foi criado e como funciona, sinto a necessidade de explicar o que é esse “Design Expansivo”.

Segundo Fred, se existe alguma tipologia que mostre as principais abordagens de design para lidar com os desafios, seriam as três abaixo:

  1. Design Processual;
  2. Design Reflexivo;
  3. Design Expansivo.

Você deve estar se perguntando: “que diabos é isso?”, “qual a diferença entre cada um?”, “qual veio primeiro… ou por último?” … Sim, eu entendo o que você está sentindo agora…

Então, first things first:

Eles são ordenados assim devido ao que acreditamos ser uma espécie de profundidade em termos de complexidade de design (Processual => Reflexivo => Expansivo).


Estrutura de diamante duplo de design thinking. Fonte: Grand Designs Inovação

Em seu livro “Complexidade e Criatividade nas Organizações”, Ralph Stacey (1996) menciona que o paradigma de gestão nas organizações vai desde a análise dos ambientes externos, a dificuldade em ser ágil e obter consenso entre as partes da organização, até a busca para controle e previsão de eventos que contradizem a realidade. Por conta disso, foram levantadas três observações importantes para que gestores e acadêmicos possam lidar melhor com tal paradigma de gestão em ambientes complexos:

  • A criatividade está à beira da desintegração.
  • Paradoxo e destruição criativa.
  • As ligações entre causa e efeito desaparecem.

Essas são características observadas pelo autor quando empresas estão “a beira” do alcance da inovação e da vantagem competitiva.

Então, vamos voltar às “abordagens de design”:

O design como processo baseia-se na visão de autores como Herbert Simon onde no seu livro “As Ciências do Artificial” (1996) sugere um processo bastante estruturado e racional que vai ao encontro das delimitações estabelecidas no contexto. Anos mais tarde, talvez onde se tenha tornado muito mais popular, Tim Brown (2009), David Kelley (2013) e seus colegas da IDEO trouxeram frameworks sugerindo a utilização de um conjunto de ferramentas que não são necessariamente ordenadas, mas respeitando o diaframa de duplo diamante. Eles o chamaram de #DesignThinking.


Fases do processo de Design. Fonte: Grand Designs Inovação

Contudo, é importante mencionar que o termo Design Thinking existia no discurso acadêmico muito antes, sob diversas formas. De acordo com Ritell (1984), o movimento em direção a um método de design mais explícito começou na década de 1960, que mais tarde seria referido como a primeira geração, e o movimento subsequente nas décadas de 1970 e 1980, conhecido como a segunda geração. Inicialmente, os acadêmicos da época buscavam entender como os profissionais de Design conseguiam lidar com sucesso com situações e/ou projetos que exigiam competências não tão fáceis de definir (ver “mundo abstrato” na figura acima). Assim, estes estudos liderados por outros autores como Chris Argyris (1999) e Donald Schon (1990), posteriormente por Peter Rowe (1987) basearam-se na compreensão da aprendizagem reflexiva, ou seja, como as pessoas, especialmente os profissionais de design, aprendem fazendo. Assim, o Design Reflexivo pode ser considerado como a abordagem que tenta compreender como pensam os “designers”.

E quanto ao design expansivo?

[Uau, este é um outro mundo! Mas…] não pretendo aborrecê-los com coisas muito teóricas. Basicamente, esta abordagem de design usa uma lógica de pensamento diferente das duas mencionadas anteriormente. Enquanto as abordagens de Processo e Design Reflexivo utilizam uma “Lógica Formal” para avaliar problemas, o Design Expansivo depende de uma “Lógica Dialética”. [“Cuma…?”]

Você deve estar se perguntando:Qual a diferença entre os dois?”, “Como faço para operar?”, “Qual é o melhor?”.

Bem, vamos supor que, entre outras características não mencionadas, a Lógica Formal se baseia na compreensão da relação entre causa e efeito e no fato de que busca determinar o que qualquer coisa é e o que não é, ou seja, diferenciar uma coisa da outra [desculpe, isso é muito profundo e eu deixarei a explicação para  outra oportunidade]. Em contrapartida, a Lógica Dialética não utiliza estas relações… Por quê?

Desde o início da nossa história explícita — basicamente, quando nos tornamos capazes de “armazenar e compartilhar conhecimento” — parece que o mundo está se tornando mais complexo a cada dia, não acha? [Nuh!!! outra pergunta…? quando ele vai começar a responder as coisas?]

Agora, tente me acompanhar: se estamos adquirindo mais conhecimento e usando esse conhecimento para pensar em qualquer situação ou contexto, parece que fazer a relação entre causas (e podem haver muitas) e efeitos torna cada vez mais difícil tal atividade realizar…”, mesmo considerando a existência de máquinas cibernéticas que nos ajudam a gerir uma grande quantidade de conhecimento. Então, respondendo se o mundo está ficando mais complexo ou não… na minha humilde opinião:

DE JEITO NENHUM

Simplesmente não conseguimos lidar com tamanha carga de conhecimento e ainda assim precisamos ser tão competitivos quanto antes. Por favor, lembre-se, ainda temos que comer, vender, pegar e conquistar coisas e, por que não, pessoas? Na verdade, estamos operando sob o mesmo sistema capitalista. Então, parece que precisamos encontrar uma maneira diferente de pensar. Esta é provavelmente a oportunidade que a Lógica Dialética precisava para mostrar seu verdadeiro potencial. [Putz, aí vem ele com mais bla bla bla filosófico]

A dialética tem origem em Platão, discípulo de Sócrates que, além de escrever os diálogos socráticos, imprimiu nestes textos sua própria filosofia. Platão pode ser considerado o filósofo que, de fato e pela primeira vez, conseguiu estabelecer correta e concretamente o conceito de dialética (não necessariamente de lógica dialética). Hegel aponta que toda ideia – toda tese – pode ser contestada por meio de uma ideia contrária, a antítese. Essa disputa entre tese e antítese seria dialética.

Assim, o processo é regido por uma lógica dialética. No entanto, não estamos necessariamente falando da mesma coisa aqui. A lógica dialética concebida por Vieira Pinto (1979) visa oferecer suporte para a compreensão do conceito de consciência crítica e caracteriza-se por um pensamento não idealista atento ao processo de movimento da realidade.

Fenômenos coletivos ou organizacionais podem ser observados e avaliados através da forma como as pessoas decidem escolher “um lado de um problema”. Assim, dicotomias como “Direita ou Esquerda”, “Bom ou Mau”, “Certo ou Errado” e muitas outras são visíveis na “superfície” através das ações das pessoas. Portanto, o Design Expansivo pode ser considerado uma abordagem que tenta encontrar diferentes formas de design para gerenciar esses paradoxos…

A lógica dialética não pretende estabelecer nenhuma relação causal, ou seja, não tenta correlacionar causa e efeito. Segundo Henri Lefebvre (1969) existem algumas “regras e princípios” desta lógica de pensamento (e não vou citá-los aqui) mas o princípio mais importante é: “a lógica dialética está associada a compreender e ser capaz de relacionar paradoxos ou contradições…” [hmmm]

Seria bom entender como isso funciona na vida real.

Por que expansivo?

Porque, se dissermos que existem duas caixas principais quando estamos analisando contextos, diríamos que existem ao mesmo tempo a caixa do problema e a caixa da solução, certo? E é exatamente aí que reside o nosso paradigma.


Comportamento das caixas na lógica formal

Ao utilizar a lógica formal, onde precisamos relacionar causas e efeitos, nos sentimos bombardeados pelo volume e fluxo de informações que existem neste mundo… Informações que precisamos relacionar. Essa sensação é tão vertiginosa que muitas vezes decidimos parar de adquirir mais informações para poder analisar a situação… Opa, se essa é a caixa do problema, parece que estamos a diminuindo, né? (veja a figura acima).


Comportamento das caixas na Lógica Dialética

Novamente, não é preciso ser nenhum gênio para entender que existe uma relação entre problema e solução… daí, se estamos reduzindo o espaço do problema, estamos reduzindo também o espaço da solução… [ai cara… será que é isso que eu faço?].


Não tenho ideia de onde vi isso pela primeira vez, mas é tão legal que peço desculpas antecipadamente por não mencionar a referência

Não é à toa que as pessoas tentam pensar FORA da caixa… elas fazem isso porque não aguentam tamanha pressão. Porém, pensar FORA da caixa é basicamente parar de confiar naquilo que você confiava antes: Causa e Efeito, lembra? Se você concorda com tudo isso tem que concordar comigo que pensar FORA da caixa é basicamente deixar ao acaso, certo? Infelizmente, é isso mesmo… melhor ter uma chance em um bilhão do que nenhuma…

PS… não quero me aprofundar nisso, mas não é à toa que o mercado de Venture Capital e o desenvolvimento de startups parecem ser tão arriscados que os contratos formais entre investidores e fundadores são do jeito que são…


Caixas Expandidas

Por outro lado, quando analisamos problemas através de paradoxos existentes (ou visíveis), não nos sentimos bombardeados pelo volume de informações, pois as relações não são diretas, nem nos sentimos atordoados a ponto de querer “pular” para fora da Caixa. Ou seja, o que sentimos é uma vontade (ou conforto) grande de trazer cada vez mais informações para dentro dessa caixa, ampliando-a e, consequentemente, adivinhe? Expandindo possibilidades de soluções.

Agora me conta: você ainda quer sair da caixinha?

Voltando ao desafio de projetar um programa de aceleração ideal.

Agora que você sabe minimamente o que é o design expansivo vou contar o que é o kit de solução THINKING INSIDE THE BOX. O TIB é uma plataforma de conteúdo que pode ser utilizada por qualquer startup, empreendedor e/ou pessoa que queira criar, acelerar (ou aprender como fazer) sua ideia.


Thinking Inside the Box Acceleration Toolkit por Grand Designs Inovação

Como mencionado anteriormente, criamos um jogo baseado em “travas e destravas” que os empreendedores podem ter durante suas jornadas. O processo para defini-lo foi feito através de laboratórios vivos com fundadores e empreendedores que atuam ativamente no ecossistema brasileiro de Startups e Inovação. Após elencar e validar os desafios (travas), convidamos empreendedores experientes e “design thinkers” para sugerir diversas formas de lidar com esses problemas, ou seja, ajudando esses profissionais a “destravarem” seus negócios.


Kit de ferramentas TIB (gogd.in/thinking-inside-the-box)

Por isso, distribuimos um kit de ferramentas físico para empreendedores, fundadores, profissionais e estudantes de todo o país, para ajudá-los a começar a acelerar suas ideias. Como você pode ver na figura acima, esse toolkit nada mais é do que uma isca para levar essas pessoas direto para a plataforma, onde é possível mostrar a elas inúmeros conteúdos, em diversos formatos, sobre diversos assuntos, para que elas não apenas obtenham um aliado para buscar seus objetivos de crescimento, mas também para se divertir.


Explicação dos dois lados do cartão

Na figura acima é mostrado, na frente do cartão, o problema de “como fazer um negócio se tornar único”. Temos que admitir que isso pode ser um problema para qualquer startup a qualquer momento. Assim, do outro lado do cartão sugerimos utilizar uma ferramenta chamada “VRIO Matrix”, de Barney e Hesterly (2010). Esta ferramenta é apenas uma entre muitas outras ferramentas que podem ajudá-lo a lidar com seu problema para tornar seu negócio único. Após uma breve explicação, você poderá decidir se isso pode ser algo valioso ou não para você aprender. Se você realmente gostou desta ferramenta, você pode aprender também que outros problemas podem ser resolvidos com ela… isso não é fantástico? [OK! Eu sei que estou muito orgulhoso disso].

Você deve estar se perguntando: “como você engaja as pessoas para aprender?”


Seis habilidades do IDEOU (https://www.ideou.com/blogs/inspiration/6-qualities-that-build-an-environment-of-creativity)

Simples! [Haa! Pegadinha do Malandro!!]. Encontramos uma maneira de medir o desempenho das equipes. Há alguns anos, os gestores de projetos da IDEO divulgaram um estudo que sugere 6 qualidades essenciais que qualquer equipe ou empresa precisa para se tornar mais inovadora.


Habilidades sendo medidas na plataforma TIB. Fonte: Grand Designs Inovação

E claro que você vai me perguntar como fizemos para correlacionar habilidades e ferramentas, certo? Sinto muito, este post já é muito longo e se você leu até aqui, não hesite em me fazer essa pergunta, também, você pode me perguntar como aprendemos com as pessoas que tentam validar suas ideias [confie em mim! estamos aprendendo muito com isso] e como aprendemos a entender quais conteúdos esses profissionais querem consumir mais…?

[opa, te peguei de novo!]

Espero ter trazido para vocês algo que não seja “fora da caixa”, mas fora do comum… e ainda assim dentro da caixa. [Não pule para fora, meu]

Me encontre aqui

REFERÊNCIAS

  • Kelley T. & Kelley D. (2013). Creative confidence : unleashing the creative potential within us all. Crown Business. Retrieved October 19 2023 from http://images.contentreserve.com/ImageType-100/0111-1/{978802C1-2A19-4147-9FF2-81DDA2373AEC}Img100.jpg.
  • Brown T. & Katz B. (2019). Change by design : how design thinking transforms organizations and inspires innovation (Revised and updated). HarperBusiness an imprint of HarperCollinsPublishers.
  • Rittel, H. On the planning crisis: Systems analysis of the “First and Second Generation”. Vedrifts Okonomen, 1972.
  • Simon H. A. (1996). The sciences of the artificial (3rd ed.). MIT Press. Retrieved October 19 2023 from https://search.ebscohost.com/login.aspx?direct=true&scope=site&db=nlebk&db=nlabk&AN=49230.
  • Argyris C. (1999). On organizational learning (2nd ed.). Blackwell Business.
  • Schön Donald A. (1990). Educating the reflective practitioner (1st ed.). Jossey-Bass.
  • Peter Rowe, Design Thinking, 1987.
  • Barney J. B. & Hesterly W. S. (2010). Strategic management and competitive advantage : concepts and cases (3rd ed.). Prentice Hall.
  • Lefebvre H. (1969). Logique formelle logique dialectique (2a. ed.). Anthropos.
  • Amstel F. M. C. van. (2015). Expansive design : designing with contradictions (dissertation). University of Twente.
  • Pinto A. V. (1979). Ciencia e existencia : problemas filosoficos da pesquisa cientifica (2nd ed.). Paz E Terra.
  • Stacey, Ralph D. (1996). Complexity and Creativity in Organizations. Berret-Koehler Publishers, San Francisco. ISBN: 9781881052890. fora
  • Pesquisa

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